O Fio da Meada

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#22 A Penseira: escolha imagens que contam histórias (criação sem pastelão).

#22 A Penseira: escolha imagens que contam histórias (criação sem pastelão).

a escrita começa com os olhos: semiótica, sensibilidade e prática

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Samy Bersi
jun 22, 2025
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O Fio da Meada
O Fio da Meada
#22 A Penseira: escolha imagens que contam histórias (criação sem pastelão).
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Nota da autora: sumi por um tempinho mas voltei com uma versão nova da sua newsletter favorita de curadoria & criatividade. 🧡

A partir de hoje, A Penseira terá editorias fixas com nomes que misturam magia, memória, escrita (toda essa arte de dar forma ao caos).

👉 para quem é novo por aqui:
essa é uma news com curadoria de conteúdo para profissionais e amadores criativos. O nome é inspirado no objeto penseira onde as pessoas acessam memórias, na saga Harry Potter (a sugestão foi do meu querido leitor, Arthur). Aqui eu compartilho o que: estudo, penso, ouço, sinto e vivo. Não como quem entrega respostas, mas como quem te oferece um fio pra puxar.

Sempre publico uma versão mais curta para os assinantes gratuitos e uma estendida para os Exclusivos (que sempre querem ir além da inspiração e entrar no bastidor da criação).

Bem-vindos à nova versão d’A Penseira!


N’a Penseira desta semana:


1. Citações para guardar: reflexões sobre olhar, percepção e identidade criativa com Will Gompertz e Haruki Murakami.

2. Fio Condutor: uma provocação para quem escreve.

3. Marca-páginas mental : indicações comentadas.

  • 3 livros sobre inteligência visual e semiótica

  • 2 vídeos criativos sobre expressão artística

  • 1 conta no Instagram para educar o seu olhar

4. Na bolsa da Hermione: exercício prático de inteligência visual para escritores:
como usar imagens metafóricas e não óbvias para ilustrar as sensações do seu texto.

5. Bônus: Resposta do Leitor: espaço colaborativo.


💭 Citações para guardar n’A Penseira:

A maioria das pessoas não olha muito. Olhar dá trabalho. Estamos sempre vendo, mais. Isso me empolga. Há beleza em tudo, mesmo num saco de lixo. Mas é preciso olhar de verdade.

Gompertz, Will1

É precisamente minha capacidade de detectar determinados aspectos de uma cena que outras pessoas não conseguem, de sentir de forma diferente dos outros e de escolher palavras que são diferentes das deles que me permite escrever histórias que sejam minhas e de mais ninguém. E por causa disso temos a extraordinária situação em que não poucas pessoas leem o que escrevi. Então o fato de que eu sou eu e nenhum outro é um dos meus maiores recursos.

Murakami, Haruki. 2


escultor Mark Harvey com seu filho Tom- foto do livro Como os artistas veem o mundo


🧶 Fio Condutor

Escrever é enxergar com o corpo inteiro.
Mas a gente se acostuma a olhar com pressa. E, pior, a escrever assim também.

A verdade é que quase nunca nos falta ideia. O que nos falta é treino de percepção e coragem de ver. Porque, como disse o Gompertz, olhar dá trabalho. Não é um simples direcionar dos olhos onde a luz bate, é direcionar também a curiosidade, com intuição e presença.

Murakami escreveu que a nossa maior força está na nossa diferença. E eu expando essa citação, dizendo que encontrar a nossa força começa pelo modo como escolhemos observar o nosso mundo interno e externo:
Com quantos tons de azul (ou cinza) deixamos penetrar nos nossos olhos, do céu de segunda-feira;
Nos segundos que demoramos vendo o jeito que uma mãe dobra a roupa enquanto escuta o filho;
Ou quando sentimos o cheiro do chocolate-quente que nos é preparado com muito afeto.
Cada detalhe do cotidiano, se olhado com carinho, vira repertório narrativo.

E é por isso que, nesta edição, o convite é simples e ousado: escreva com o olhar.
Mas não qualquer olhar — o seu. Aquele que carrega sua história, seu afeto, suas obsessões e dúvidas.

E se, quando for escrever, você se perguntar menos "o que eu quero dizer?". E mais com :"que sensação eu quero provocar em quem lê?"

Aí partir daí você conseguiria encontrar imagens, não óbvias, que contem histórias para apoiar o texto (e outras formas de expressão visual).


📎 3. Marca-páginas mental:

Livros, videos e indicações do que garimpei:

Sobre inteligência visual/ semiótica e afins:

1.

pra sair do negativo ao positivo.

(disponível na Amazon (no Kindle Unlimited e graça)

Recomendo que você comece por esse livro. Ele é o bê-a-ba do letramento visual (a construção das hard skills). Além de te ajudar a compreender o básico, passa pelo básico de diversas áreas que usam essa habilidade, conforme o print do sumário:

2.

para quem é curioso

(disponível aqui)

Meu livro favorito sobre o assunto (adoro saber da vida dos artistas - mas não é teorico, você vai aprender as soft skills aqui).

Will Gompertz te convida a aprender com os grandes artistas como ativar nossa sensibilidade para enxergar o mundo além da nossa visão cotidiana. Enquanto passamos a maior parte do tempo correndo de um lugar para outro e ignorando os maravilhosos fenômenos da vida, os artistas observam o mundo com olhos experientes e interessado

fonte: https://forbes.com.br/forbeslife/2020/11/obra-de-david-hockney-pode-arrecadar-us-35-milhoes-em-leilao/

Este quadro de David Hockney te mostra as cores e formas comuns, mas que você só vê quando realmente olha.


3.

(disponível aqui)

Esse eu recomendo apenas para quem quer ter um olhar mais Expert sobre design e direção de arte.

Com uma linguagem mais acadêmica, ele também passa pelo alfabetismo visual, porém com mais aprofundamento. Inúmeros exemplos visuais de cada tópico abordado e exercícios práticos.

4.


(garimpei no Sebo do Messias)
Este livro é para quem quer aperfeiçoar o olhar sobre as obras de arte e os momentos da história da arte.


Outras recomendações:

  • Um vídeo do YouTube : mini projeto criativo.
    Esses dias eu conversava com uma pessoa do meu time sobre trabalhar criando (se você não me conhece, eu lidero um time de criativos, na Lumine- produtora e maior streaming católico da américa latina). E falava com ela sobre a importância de um profissional criativo ter seus próprios projetos.
    Afinal, criamos no nosso trabalho mas o resultado final é resultado da busca pela solução de uma demanda e do pitaco de um monte de gente (verdade seja dita), não da sua pura criação. Quando depositamos todo o nosso impulso criativo no trabalho, somos podados tantas vezes, que se não tivermos outros projetos para extravasar podemos viver frustrados e em crise de identidade.
    E esse vídeo do

    Arthur Miller
    foi uma indicação do senhor meu marido
    Rafael Bersi
    e uma extensão pra esse papo:

  • Um vídeo do YouTube : artista que mandei pro Rafa.

    Tenho o costume de fazer uma curadoria de coisas na DM do meu marido (ele que lute pra ver tudo ioasiohas) e achei no ig uma escultura que era a cara dele. E aí ele me devolveu com esse vídeo. Além da aula de execução (uma verdadeira obra cinematográfica) é massa ver a experiência de criação dele. Recomendo para olhos curiosos em matéria de forma e conteúdo:

  • Uma conta do Instagram para educar o seu olhar:
    Eu adoro as observações e curiosidades que ele traz sobre os diferentes olhares na forma de contar histórias.

    wolneyfernandes
    A post shared by @wolneyfernandes

👜 Na bolsa da Hermione: exercício de inteligência visual.

Harry potter bottomless bag online
carregando só o básico

Depois de escrever um texto. releia. E…

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